sábado, 26 de fevereiro de 2011

HEMATOLOGIA - LEUCÓCITOS OU CÉLULAS BRANCAS

LEUCÓCITOS

  • Os leucócitos (ou glóbulos brancos) são células do sistema imune que atuam na defesa do organismo diante dos mais variados tipos de patógenos

  • Como vimos anteriormente, a Stem cell (célula tronco), por ação de fatores de crescimento, dá origem a todas as demais células sangüíneas, obedecendo a um sistema hierárquico de maturação.

  • São os únicos elementos figurados que têm núcleo.

  •  Existem numa quantidade muito menor que os eritrócitos.

  • Representam menos de 1% do volume sanguíneo.

  • Estão presentes no sangue em proporções basais definidas.

• Em que circulam por tempo predeterminado, e vão para os tecidos nos quais desempenham funções específicas, Para depois serem normalmente excretados nas secreções orgânicas.

  • O leucograma é o exame que quantifica os leucócitos no sangue circulante.

• Essa avaliação, como parte do hemograma (que também avalia os eritrócitos e as plaquetas), é de considerável importância clínica, uma vez que alterações em seus números, na proporção entre seus diferentes subtipos celulares ou em suas estruturas morfológicas, são valorosos indicadores de mudanças patológicas no organismo.

Os Leucócitos Dividem-se em:

Leucócitos
granulócitos:
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos

Leucócitos
agranulócitos:
Linfócitos
Monócitos

Leucócitos polimorfonucleares (granulócitos)

Morfologia:

• Os polimorfonucleares compreendem os granulócitos:

Neutrófilos,
Eosinófilos
 
• A mo produz em média 20 a 30x10
9 polimorfonucleares/dia.
  • O que permite a diferenciação entre os polimorfonucleares?

• São as granulações secundárias formadas a partir do estágio de mielócito.

• Sem elas, os granulócitos apresentam o mesmo padrão morfológico.

  • As células progenitoras dos polimorfonucleares ficam no estroma da medula. E, a medida em que elas maturam, Deixam o estroma e ganham os sinusóides.
• Assim, as precursoras e as células normalmente encontradas na mo e no sangue periférico são sucessivamente:

• Mieloblasto,
• Promielócito,
• Mielócitos,
• Metamielócitos,
• Bastonetes
• Polimorfonucleares

Que apresentam padrões similares:

• Proliferação,
• Diferenciação,
• Maturação,
• Armazenamento na mo e liberação para o sangue periférico.

(segmentado, eosinófilo, basófilo)


continua ...
Basófilos.
 

ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO

Conselho Regional de Biomedicina - 1ª Região





  • Análises Clínicas
    • Realizar exames de Análises Clínicas;
    • Assumir a responsabilidade técnica e firmar os respectivos laudos;
    • Assumir e executar o processamento de sangue, suas sorologias e exames pré-transfussionais;
    • Assumir chefias técnicas, assessorias e direção destas atividades;
  • Análises Ambientais
    • Realizar análises físico-químicas e microbiológicas para o saneamento do meio ambiente.
  • Indústrias
    • Atuar em indústrias químicas e biológicas na elaboração de soros, vacinas e reagentes.
  • Análises Bromatológicas
    • Realizar análises para aferição de qualidade dos alimentos.
  • Biologia Molecular
    • Realizar coleta de materiais, análise, interpretação, emissão e assinatura de laudos e de pareceres técnicos.
  • Genética
    • Participar de pesquisas em todas as áreas da genética, como coordenador ou membro da equipe;
    • Realizar exames de Citogenética Humana e Genética Humana Molecular (DNA), realizando as culturas, preparações citológicas e análises;
    • Assumir a responsabilidade técnica, elaborando e firmando os respectivos laudos e transmitindo os resultados dos exames laboratoriais a outros profissionais, como consultor, ou diretamente aos pacientes, como aconselhador genético.
  • Reprodução Humana
    • Atuar em Identificação e Classificação oocitária; Processamento Seminal; Espermograma; Criopreservação Seminal; Classificação embrionária; Criopreservação Embrionária; Biópsia Embrionária e Hatching;
    • Atuar em Embriologia. Realizar a manipulação de gametas (oócitos e espermatozóides) e pré-embriões.
  • Citologia Oncótica
    • Realizar colheita de material cérvico vaginal e leitura da respectiva lâmina, exceto a colheita de material através da técnica de Punção Biópsia Aspirativa por Agulha Fina (PAAF);
    • Realizar a leitura de citologia de raspados e aspirados de lesões e cavidades corpóreas, através da metodologia de Papanicolaou;
    • Atuar no setor de imunohistoquímica e imunocitoquímica, referente ao diagnóstico citológico;
    • Assumir responsabilidade técnica, firmando os respectivos laudos.
  • Banco de Sangue
    • Executar o processamento de sangue e suas sorologia;
    • Realizar exames pré e pós transfusionais;
    • Assumir chefias técnicas, assessorias e direção de unidades;
    • Manusear equipamentos de auto-transfusão;
    • O profissional legalmente habilitado nesta área poderá exercer todas as atividades inerentes a este campo, com exceção do ato transfusional. A responsabilidade técnica deve ficar a cargo de um médico especialista em Hemoterapia e / ou Hematologia.
  • Acupuntura
    • Realizar atendimento em consultório voltado à atividade e procedimentos de Acupuntura;
    • Aplicar o diagnóstico energético (complementar ao diagnóstico clínico nosológico);
    • Aplicar procedimentos técnicos para promoção do equilíbrio energético - orgânico;
    • Exercer atividades ligadas à docência e pesquisa.
  • Imagenologia
    • Atuar em Tomografia computadorizada (TC), Ressonância Magnética (RM), Medicina nuclear (MN), Radioterapia (RT), ultra-sonografia (USG) e radiologia médica, excluída a interpretação de laudos. No que se refere à Tomografia Computadorizada e à Ressonância Magnética, as áreas mais significativas são:
      • Operação de equipamentos;
      • Desenvolvimento de protocolos de estudo e examinação;
      • Desenvolvimento de novas técnicas
      • Coordenação de grupos de colaboradores, administração e gestão de conteúdo e contingente dos setores.
    • Atuar em exame de ultra-sonografia. Por ser um exame praticamente médico dependente (o laudo será elaborado pelo executante do exame) tem poucos Biomédicos atuando neste seguimento quando comparado a TC e RM;
    • Atuar no campo da Informática Médica, exercendo atividades no produto final dos exames, seja o conteúdo de dados ou armazenamento das imagens adquiridas. Os sistemas HIS (Hospital Information System), RIS (Radiology Information System) e PACS (Picture Archiving in Communication System) estão sendo implantados nos centros de diagnósticos e necessitam de profissionais Biomédicos para atuar neste seguimento.
  • Coleta de materiais
    • Realizar toda e qualquer coleta de amostras biológicas para realização dos mais diversos exames, como também supervisionar os respectivos setores de coleta de materiais biológicos de qualquer estabelecimento que a isso se destine. Excetuam-se as biópsias, coleta de líquido, cefalorraquidiano (liquor) e punção para obtenção de líquidos cavitários em qualquer situação.
      ** No exercício das atribuições acima indicadas, poderá o Biomédico assumir a responsabilidade técnica, quer de Laboratórios, quer de indústrias, firmando os respectivos laudos ou pareceres.
      ** Para a realização dessas atividades o biomédico deverá ter o reconhecimento de habilitação na área específica.
      ** Para o exercício de quaisquer das atividades referidas, torna-se indispensável a prévia inscrição do Biomédico neste Conselho.

Imagem detalhada de vírus HIV ganha concurso científico

Um modelo em 3-D do vírus HIV, responsável pela Aids, é uma das imagens vencedoras -- ficou em primeiro lugar na categoria Ilustração-- do concurso organizado por dois nomes conceituados ligados à ciência, a revista "Science" e a NSF (National Science Foundation).

As plataformas aceitas para concorrer ao concurso 2010 International Science and Engineering Visualization Challenge incluíram fotografias, gráficos, ilustrações e vídeos que retratassem a ciência como uma forma de arte.
Além do vírus HIV, foram selecionados trabalhos que retratam uma camada formada por moléculas, um tricoma foliar que existe em tomates e a aplicação da nanotecnologia.
A edição da "Science" desta sexta-feira apresenta reportagem completa sobre os melhores trabalhos.


 

Ilustração em 3-D do vírus HIV foi construída com dados de análises de raio-X, virologia e espectroscopia


Saiba como ajustar o relógio biológico e tirar proveito dos ritmos corporais

JULIANA VINES
DE SÃO PAULO


Seu relógio biológico está errado. E não adianta culpar o horário de verão. A culpa, segundo os especialistas em cronobiologia, é da luz elétrica e do despertador.

Quem dorme cada vez mais tarde, segue acordando cedo e atropela o relógio biológico; tire proveito dos ritmos corporais
Quem dorme cada vez mais tarde, segue acordando cedo e atropela o relógio biológico; tire proveito dos ritmos corporais

Aumentamos a nossa noite ficando no computador e vendo TV, e diminuímos o tempo de sono com o despertador", afirma o fisiologista Fernando Mazzilli Louzada, professor da Universidade Federal do Paraná.
O resultado é a dessincronização entre os ciclos fisiológicos e os da natureza.
"Todas as funções orgânicas têm um ritmo de 24 horas e se ajustam ao dia e à noite", explica o professor Luiz Menna-Barreto, um dos coordenadores do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos da USP.
Há hormônios que são mais produzidos durante o sono noturno. Dormir de dia não vale.
Estão nesse grupo a melatonina e o hormônio de crescimento, ambos com importantes funções reguladoras do metabolismo.
Trocar o dia pela noite acaba sendo um fator de risco. A Organização Mundial da Saúde já incluiu distúrbios dos ritmos biológicos entre os fatores cancerígenos.
"Enfermeiras que trabalham à noite têm dez vezes mais chances de ter câncer de mama", diz o pesquisador John Fontenele Araujo, do Laboratório de Neurobiologia e Ritmicidade Biológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
COMO LOBOS
Um descompasso entre os ritmos também aumenta o risco de doenças cardiovasculares e de obesidade.
"Pessoas com alterações no sono têm mudanças hormonais. Uma delas é a menor produção de leptina (relacionada com a saciedade)", afirma Eduardo Santos, professor de fisiologia da Universidade Federal de Goiás.
Deixando os hormônios de lado, a medicina indiana ayurveda diz que isso de estender a madrugada é contra a natureza humana.
"Não temos hábitos noturnos como lobos. Somos programados para viver de dia", diz Aderson da Rocha, médico e presidente da Associação Brasileira de Ayurveda.
"Acordar de manhã junto com o nascer do sol é essencial para a prática do ioga."
A cronobiologia, que é o estudo desses ritmos fisiológicos, influencia até a prescrição de medicamentos. "Aproveitarmos essas informações para potencializar o efeito de um remédio ou aumentar o cuidado com uma doença", diz Amouny Mourad, farmacêutica membro do Conselho Regional de Farmácia de SP.
Quem sofre de hipertensão ou de asma, por exemplo, deve tomar remédios de longa duração porque a maior parte das crises acontece à noite.
Calma, não é preciso madrugar para estar em sintonia com os ritmos biológicos.
O grande problema, de acordo com os especialistas, é a falta de regularidade nos horários do sono, a longo prazo. Ou pior ainda: a privação do sono.
"O trabalho faz com que as pessoas durmam menos ou não controlem seus horários", afirma Claudia Moreno, professora da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Além disso, apesar de os hormônios serem os mesmos, sempre há diferenças individuais que também precisam ser respeitadas.
Há pessoas de hábitos mais matutinos e as vespertinas, que funcionam mais tarde. No horário de verão, são essas que mais sofrem.
O pesquisador Leandro Duarte comprovou isso em sua tese. "O fato de iniciarmos nossas atividades no escuro e terminarmos com o dia ainda claro confunde o relógio biológico. Os vespertinos sentem desconforto durante todo esse período."
Os sinais da falta de sono são cansaço e tentativa de recuperar tudo no fim de semana. Sintomas comuns, nesses tempos em que sincronizar ritmos biológicos à agenda não é fácil para vespertinos nem para matutinos.
Mas é possível negociar com o cérebro, segundo a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, colunista da Folha e professora da UFRJ.
"Nós podemos passar por cima do relógio biológico e escolher nossos próprios horários. A única coisa que não controlamos é o fato de que precisamos dormir todos os dias."
QUEM DITA O RITMO
CORTISOL
Aumenta a glicose no sangue, a pressão arterial e a energia. Mais produzido de dia, deixa o organismo em estado alerta

MELATONINA
Relacionada com a regulação do metabolismo, além de ter função antioxidante. Mais produzida à noite, sinaliza para o corpo que escureceu e ajuda a dar sono. Há remédios para dormir com o hormônio

TESTOSTERONA
Relacionado com o vigor físico e a libido. Em maior quantidade em homens, mas também é produzido pelas mulheres

TEMPERATURA
A temperatura central aumenta e diminui ao longo do dia. É um sinalizador do metabolismo, de mais ou menos energia

NEUROTRANSMISSORES
Liberados durante o dia todo, mas há horários de pico. O trio serotonina, adrenalina e endorfina aumenta a sensação de prazer

GH
O hormônio do crescimento, ou GH, é mais produzido no sono noturno. Ajuda a repor a massa muscular perdida e atua no funcionamento do metabolismo celular

Mulher em período fértil atrai solteiros e repele casados

IARA BIDERMAN
DE SÃO PAULO


Uma nova pesquisa joga um balde de água fria em quem justifica a infidelidade como "natural". Segundo um experimento da Universidade da Flórida, a fidelidade também pode ser explicada pela biologia.
Os coordenadores do estudo, Saul Miller e Jon Maner, mostraram que sinais de que uma mulher está em período fértil, como mudança de cheiro, são percebidos pelo homem. Mas, se ele for comprometido, em vez de atração, ele tende a rejeitar os sinais em uma desconhecida.

Editoria de Arte/Folhapress

PICO FÉRTIL
Pesquisas anteriores já apontaram a relação entre pico fértil da mulher e resposta masculina. Um estudo feito em 2007 com dançarinas de striptease mostrou que as gorjetas aumentavam quando elas estavam ovulando.
"No pico de fertilidade, o aumento do estrogênio deixa a mulher mais lubrificada, com mais brilho na pele. O cheiro do corpo também muda de forma sutil, mas que é percebida pelo homem", diz a endocrinologista Vânia Assaly, membro da International Hormone Society.
A reação fisiológica do macho é responder com excitação sexual e partir para o bote. Mas, se isso significa pular a cerca, outras reações biológicas podem entrar em jogo, especulam pesquisadores.
No trabalho da Flórida, uma jovem frequentou o laboratório de psicologia social por vários meses. Os homens participantes classificaram o grau de atratividade da moça. A maioria dos desimpedidos a considerou mais atraente nos períodos férteis. Os que estavam em relacionamentos românticos a acharam menos atraente justamente nessas fases.
"Parece que os homens estavam de fato tentando afastar qualquer tentação que pudessem sentir diante da mulher que estava ovulando", disse o psicólogo Maner.
Para Assaly, isso mostra como condições sociais modulam a ação hormonal.
"A presença da mulher fértil aumenta a produção de hormônios sexuais no homem, como testosterona.
Mas a consciência e a memória desencadeiam a produção de outros hormônios, como ocitocina, que trabalham contra a ameaça ao vínculo amoroso."
Para o psiquiatra Luiz Cushnir, do grupo de estudos de gêneros do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o maior valor desse tipo de pesquisa é possibilitar reflexões.
"Relacionamentos são multifatoriais e o ser humano tem grande repertório emocional, ao contrário dos animais. Valores socioculturais influenciam a resposta sexual e podem ter repercussão bioquímica. Mas não dá para reduzir tudo à biologia."

Com o "New York Times"

Anemia


"Fraqueza, indisposição, falta de apetite, dificuldade de aprendizado, esses são os principais sintomas da anemia. A anemia é uma condição muito comum e várias são as causas que podem levar a anemia, sendo a deficiência de ferro a principal delas, responsável por cerca de 90% dos casos."

Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência. A hemoglobina é o pigmento dos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e tem a função vital de transportar o oxigênio dos pulmões aos tecidos. Os valores normais para a concentração de hemoglobina sanguínea é de 13g∕dL para homens, 12 g ∕dL para mulheres e 11 g ∕dL para gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, 30% da população mundial é anêmica, sendo que sua prevalência entre as crianças menores de 2 anos chega a quase 50%.
São várias as causas de anemia, sendo a anemia por deficiência de ferro a mais prevalente em todo o mundo. Crianças, gestantes, lactantes (mulheres que estão amamentando), meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais afetados pela doença, muito embora homens -adolescentes e adultos- e os idosos também possam ser afetados por ela.

Qualquer condição passível de comprometer a produção ou de aumentar a taxa de destruição ou de perda dos glóbulos vermelhos pode resultar em anemia, se a medula óssea não conseguir compensar a perda dos glóbulos vermelhos, ou mesmo um aumento das necessidades de ferro, como ocorre em crianças durante períodos de crescimento acelerado ou em mulheres durante a gestação e amamentação.
Os principais tipos de anemia são:
• Anemia da carência de ferro (anemia ferropriva)
• Anemia das carências de vitamina B12 (anemia perniciosa) e de ácido fólico
• Anemia das doenças crônicas
• Anemias por defeitos genéticos:
- anemia falciforme
- talassemias
- esferocitose
- deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase
• Anemias por destruição periférica aos eritrócitos:
- malária
- anemias hemolíticas auto-imunes
- anemia por fragmentação dos eritrócitos
• Anemias decorrentes de doenças da medula óssea:
- anemia aplástica
- leucemias e tumores na medula

Na anemia aguda, causada pela perda súbita de sangue ou pela destruição aguda dos glóbulos vermelhos, a falta de volume no sistema circulatório é mais importante que a falta de hemoglobina. Os sinais e sintomas mais proeminentes consistem em queda da pressão arterial devido à diminuição do volume sanguíneo total, com tonteira e desmaio subseqüentes, taquicardia e palpitação, sudorese, ansiedade, agitação, fraqueza generalizada e possivelmente uma diminuição da função mental.
Na anemia crônica, o volume sanguíneo total está normal, mas ocorre uma diminuição dos glóbulos vermelhos e hemoglobina. A falta de hemoglobina causa descoramento do sangue, com palidez do paciente, e falta de oxigênio em todos os órgãos, com os sinais clínicos decorrentes desta alteração. Hipócrates no ano 400 a.C. já havia descrito os sinais da anemia: "palidez e fraqueza devem-se à corrupção do sangue".
Portanto, os principais sinais e sintomas são: fadiga generalizada, anorexia (falta de apetite), palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de aprendizagem nas crianças, apatia (crianças muito "paradas").
Os sintomas pioram com a atividade física e aumentam quanto menor o nível de hemoglobina. Com níveis de hemoglobina entre 9 e 11 g ∕dL estão presentes os sintomas como irritabilidade, indisposição e dor de cabeça, entre 6 e 9 há aceleração dos batimentos cardíacos, falta de ar e cansaço aos mínimos esforços; e quando a concentração de hemoglobina chega a valores abaixo 6g ∕dL ocorrem os sintomas acima mesmo em repouso.

Estima-se que 90% das anemias sejam causadas pela deficiência de ferro.
O Ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo.
Nas crianças a principal causa de anemia ferropriva é o aumento da demanda de ferro e sua ingestão insuficiente, que ocorre mais freqüentemente nos bebês em aleitamento artificial ou após os seis meses de idade mesmo naqueles que recebem aleitamento materno.
Já nos adultos a causa mais comum de anemia ferropriva é a perda crônica de sangue, nos homens, mais freqüentemente, pelo trato gastrintestinal e nas mulheres, pelo sangramento menstrual. A causa da anemia deve ser sempre investigada, pois a perda de sangue pode ser desde de uma causa benigna, como por exemplo, o uso de aspirina, até uma causa maligna, como um câncer no intestino.
Os sinais e sintomas da carência de ferro são inespecíficos, necessitando-se de exames de sangue laboratoriais para que seja confirmado o diagnóstico de anemia ferropriva.
A carência de ferro, mesmo antes de suas manifestações hematológicas, provoca um acometimento sistêmico com repercussões na imunidade e resistência a infecções, na capacidade para o trabalho e no desenvolvimento neuropsicomotor. O resultado indesejável da deficiência de ferro na infância poderá repercutir negativamente no desenvolvimento escolar e, tardiamente, na inserção do indivíduo no mercado de trabalho.

A melhor arma para a prevenção da anemia ferropriva é, sem dúvida, uma alimentação bem variada, rica em alimentos que naturalmente possuem ferro e os enriquecidos ou fortificados com o nutriente.
As melhores fontes naturais de ferro são os alimentos de origem animal – fígado e carne de qualquer animal – por possuírem um tipo de ferro melhor aproveitado pelo nosso organismo.
Entre os alimentos de origem vegetal, destacam-se as leguminosas (feijão, grão-de-bico, fava, lentilha, ervilha), os grãos integrais ou enriquecidos, nozes, castanhas, rapadura, açúcar mascavo e as hortaliças (couve, agrião, taioba, salsa). Existem também disponíveis no mercado alimentos enriquecidos com ferro como farinhas de trigo e milho, cereais matinais, entre outros. Para uma melhor absorção do ferro presente nesses alimentos é recomendado o consumo de alimentos com alto teor de vitamina C como a acerola, abacaxi, goiaba, kiwi, laranja, limão, pimentão, repolho e tomate, na mesma refeição. O consumo de alguns alimentos deve ser evitado na mesma refeição ou logo após, como o chá, café, pois atrapalham a absorção do ferro.
Outra forma eficaz de prevenir a anemia ferropriva, além da dieta adequada, é o uso do ferro profilático. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda o uso de 1mg ∕Kg ∕dia de ferro elementar desde o início do desmame até o término do segundo ano de vida para os recém-nascidos nascidos a termo, e 2mg ∕Kg ∕dia, a partir do 30o dia de vida, por 2 meses para os recém-nascidos prematuros ou de baixo peso e, depois, inicia-se o esquema proposto para as crianças a termo. As mulheres grávidas também devem fazer uso profilaxia da anemia ferropriva a partir da 16o semana de gravidez através da ingestão de 30 a 40 mg de ferro elementar, que corresponde a 200 mg de sulfato ferroso por dia.

Uma vez instalada a anemia ferropriva, deve-se corrigir o déficit e repor os estoques de ferro através do uso de ferro medicamentoso e, em caso de perda crônica de sangue, identificar e tratar a causa. O sulfato ferroso é o sal mais bem indicado por sua boa absorção e baixo custo.
Para as crianças, a dose de ferro para o tratamento é de 3 mg ∕Kg ∕dia. Embora a melhora clínica e a normalização das concentrações de glóbulos vermelhos e de hemoglobina ocorram precocemente com a reposição de ferro, a dose terapêutica deve ser mantida por 3 a 4 meses para a reposição dos estoques de ferro. Alguns cuidados devem ser tomados para maximizar a absorção do ferro, como a sua ingestão 30 a 60 minutos antes das refeições, não diluir o medicamento em nenhum líquido e ingerir suco de frutas cítricas após o uso do medicamento.
Para os adultos a dose terapêutica é de 60mg de ferro elementar, o que corresponde a um comprimido de 300mg de sulfato ferroso.
O sulfato ferroso pode trazer alguns inconvenientes com o seu uso como náuseas, indisgetão, constipação e diarréia que, em geral, são proporcionais a quantidade de ferro ingerida. Pode-se tentar solucionar esse problema através de um aumento gradativo das doses e do escalonamento nas doses ao longo do dia. Caso essas medidas não resolvam, pode-se substituir o sulfato ferroso pelo gliconato ferroso, entretanto, devido ao seu menor conteúdo de ferro elementar exige um tratamento mais prolongado.

Tratamento da anemia ferropriva

Como prevenir a anemia ferropriva

Anemia Ferropriva

Sintomas

Tipos de anemia

Introdução

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Duzentos mil brasileiros têm gene da anemia falciforme

DA AGÊNCIA BRASIL

Vinte países usam a data de hoje, 19 de junho, para alertar as pessoas sobre uma das doenças genéticas de maior incidência no mundo: a doença falciforme --uma anemia grave que, embora seja mais comum na população negra, pode ocorrer em qualquer etnia, principalmente em países onde houve muita miscigenação, como o Brasil.
O Estado que mais concentra casos é a Bahia, com uma média de 15% da população apresentando o traço falciforme tem apenas um gene da doença, mas não desenvolve os sintomas a ela relacionados. É também esse estado o que apresenta maior índice da doença: 1 em cada 650 nascidos tem a enfermidade.
No Rio de Janeiro, a proporção é de 1 para 1,2 mil nascidos; e em Pernambuco, de 1 para cada 1,3 mil. Já em São Paulo, a proporção é de 1 para cada 4 mil nascimentos. Dados do Ministério da Saúde indicam que 200 mil pessoas apresentam o traço falciforme em todo o país. Com os recém-nascidos, o número aumenta em 3,5 mil a cada ano.
A doença começa a se manifestar a partir dos três meses de idade, mas pode ser diagnosticada em bebês já na primeira semana de vida, por meio da triagem neonatal conhecida como teste do pezinho. Apresenta sintomas bastante variados que vão desde dores nos ossos e na barriga, infecções e olhos amarelados, até problemas cardíacos, renais e no sistema nervoso central.
Por ser hereditária, o paciente precisa receber um gene doente do pai e outro da mãe, para que a doença se manifeste. A pessoa que tem apenas um gene doente se mantém saudável. Casais que têm o traço falciforme têm 25% de chance de ter um filho com a doença.
O Dia Mundial da Doença Falciforme foi instituído em 2008 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, e foi criado com o objetivo de educar e sensibilizar a população sobre a doença. Este ano, o Ministério da Saúde pretende lançar uma campanha para comemorar os 100 anos do primeiro diagnóstico de doença no Brasil.

Desejo por consumir gelo pode indicar anemia

DO "THE NEW YORK TIMES"



Foto: Getty Images/Photodisc
Gelo: consumo compulsivo alivia a inflamação na boca causada pela deficiência de ferro

Fadiga e fraqueza são sintomas familiares da anemia, que afeta milhões de americanos.
No entanto, nos últimos anos um desejo por gelo tem surgido na literatura médica como um sinal intrigante e cada vez mais documentado de anemia, especialmente sua forma mais comum, a anemia de deficiência de ferro. Os cientistas não compreendem inteiramente essa relação, mas alguns suspeitam que um consumo compulsivo de gelo chamado de pagofagia alivia a inflamação na boca causada pela deficiência de ferro.
Em casos extremos, as pessoas com anemia não diagnosticada e pagofagia consomem várias bandejas ou sacos de gelo num único dia; o problema geralmente desaparece após um tratamento com suplementos de ferro (outro tipo conhecido de anemia, a falciforme, não pode ser tratado com esses suplementos).
Estudos da Northwestern mostraram que desejos por consumir gelo são um efeito colateral comum de um tipo popular de cirurgia de redução de peso. O procedimento, conhecido como Roux-en-Y, envolve contornar a parte do intestino onde o ferro e outros minerais são mais facilmente absorvidos; cerca de um terço dos pacientes desenvolvem uma deficiência de ferro ou vitamina B12. Um caso foi descrito no Mayo Clinic Proceedings, em 2008, envolvendo uma mulher de 33 anos que tinha passado por esse tipo de cirurgia.
"O marido da paciente a viu várias vezes no meio da noite com a cabeça no freezer comendo o gelo", dizia o relatório. "Esse desejo foi contornado depois de uma transfusão e administração de ferro".
Conclusão: desejos anormais por gelo podem ser um sinal de anemia.

Cientistas dão grande passo para a cura da anemia de Fanconi DA EFE

O caminho em direção à cura da anemia de Fanconi, uma rara doença que causa deficiência na medula óssea, deu um grande passo depois que a União Europeia autorizou a realização de testes de um remédio para estes pacientes, cuja média de vida é de 35 anos.
A anemia de Fanconi é um mal congênito que afeta entre uma e cinco pessoas de cada um milhão, e que ocorre por mutações em qualquer um dos 14 genes associados ao problema.
A Comissão Europeia reconheceu há algumas semanas o vetor lentiviral que contém o gene da anemia de Fanconi A como um novo medicamento órfão, nome dado aos remédios destinados ao tratamento das chamadas doenças raras.
A UE mantém uma política de apoio ao desenvolvimento destes remédios, já que, por serem destinados a um número muito pequeno de pessoas, não despertam interesse do ponto de vista econômico das empresas farmacêuticas.
O coordenador dos trabalhos para a designação deste medicamento foi o doutor Juan Bueren, chefe da Divisão de Hematopoiese e Tratamento Genético do Centro espanhol de Pesquisas Energéticas, Ambientais e Tecnológicas, e também chefe de Grupo de Centro de Pesquisa Biomédica em Rede de Doenças Raras.
A falta de glóbulos brancos nos doentes com anemia de Fanconi os tornam mais vulneráveis a infecções, enquanto a falta de plaquetas e glóbulos vermelhos pode causar sangramento e cansaço, respectivamente.
O projeto procura corrigir o defeito genético nas células-tronco hematopoéticas de pacientes com anemia de Fanconi, de maneira parecida a que ocorre com pacientes de outras doenças monogênicas, por exemplo com algumas imunodeficiências primárias.
Como novidade, o vetor desenvolvido pertence à família dos lentivirus, que demonstrou uma eficácia maior que a dos gammaretrovirus, que eram utilizados até agora.
Além disso, os novos vetores garantem maior segurança para os pacientes, já que os experimentos realizados demonstraram que não geram síndromes leucêmicas associadas ao tratamento.
Este futuro medicamento órfão, testado em animais, ainda terá que passar por pertinentes provas clínicas para demonstrar sua segurança e eficácia.
Os testes realizados demonstraram, tanto em modelos animais como em células de pacientes, a eficácia terapêutica associada à correção do defeito genético, com o objetivo de resgatar e/ou prevenir a falha na medula óssea.
Para a maior parte destes pacientes, a única esperança de vida estava limitada aos transplantes de medula óssea, apesar das poucas possibilidades de se encontrar doadores compatíveis.
Apenas 25% destes doentes tem algum irmão histocompatível, por isso a maioria recorre a doadores sem consanguinidade, o que dificulta a compatibilidade com o receptor e, portanto, as possibilidades de sucesso no transplante.